Com a chegada do terceiro milênio e os constantes avanços tecnológicos, o engenheiro Flávio dos Santos Galego vivia se perguntando por que ainda não existia um sistema de escrita que ocupasse menos espaço. Um sistema conciso e consciente. Algo que diminuísse o consumo exagerado de bens e produtos, como papel e tinta, por exemplo. Uma escrita que contribuísse para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade do planeta. Afinal, para se produzir uma simples folha de papel são necessários cerca de 10 litros de água e para produzir uma tonelada do papel comum branco é preciso derrubar aproximadamente 24 árvores, gerando um consumo anual de milhões de árvores.
Apaixonado pela escrita e pela tipografia desde a infância, Flávio pensou em encarar esse desafio: projetar um sistema de escrita sustentável. Por que não?
Em 2007 ele começou a usar uma parte de seu tempo livre e deu início aos primeiros esboços. Porém, com pouco tempo disponível e percebendo que o mundo estava caminhando para a digitalização, onde as impressões em papel estavam sendo reduzidas e a fabricação do mesmo era feita com madeira de reflorestamento, a sua motivação diminuiu e o projeto foi engavetado.
O tempo foi passando, mas algo ainda o incomodava. A digitalização estava crescendo, mas o consumo de papel continuava alto. Então em 2014 ele leu um artigo sobre a fabricação do papel, onde dizia que apesar dos papéis serem feitos a partir de madeira reflorestada, a extração e a fabricação causam impactos relacionados ao desmatamento e ao desgaste de recursos naturais, e que para produzir 1 kg de papel são utilizados mais de 500 litros de água, além dos produtos químicos e energia usados até chegar ao descarte e reciclagem.
Flávio retomou o projeto e em 2015 conseguiu desenvolver um alfabeto que reduzia em pelo menos 50% de ocupação do espaço do alfabeto latino. Já era um avanço, afinal um livro de 300 páginas poderia ser escrito com apenas 150. Mesmo assim ele não estava satisfeito, pois acreditava que era possível reduzir ainda mais.
Entretanto, a partir de 2016 o alfabeto ficou em segundo plano, pois seu tempo livre passou a ser ocupado pela escrita de um romance, que era um sonho pessoal. Ele começou a escrever o livro “Meninos ou Anjos?”.
Enquanto escrevia, ele percebeu que alguns personagens do romance precisavam se comunicar através de códigos secretos. Então ele mudou o objetivo do sistema de escrita e resolveu recriá-lo e usá-lo como um código secreto de comunicação entre os personagens. Mas a ideia de criar uma escrita compacta permaneceu.
O desafio agora era desenvolver um alfabeto que economizasse espaço e que também fosse usado como código secreto. Mas tinha um porém: o livro estava chegando ao fim e o alfabeto estava atrasado. Por isso no início de 2019 ele pausou o livro e colocou o projeto do alfabeto em primeiro plano.
Depois de analisar inúmeros sistemas de escrita existentes e usar da geometria e da tipografia, em abril de 2019 ele finalmente conseguiu alcançar seu objetivo: criou um sistema de escrita compacto e sustentável. Uma nova linguagem que poderia perfeitamente ser usado como um código secreto entre os personagens.
O sistema desenvolvido por Flávio reduz em média 70% do espaço ocupado por um texto escrito com o alfabeto latino e, dependendo da aplicação, pode chegar a reduzir em até 90% a escrita de algumas palavras, ocupando apenas 10% do espaço.
Diferente de outros alfabetos, as letras deste sistema, além de formar palavras, também formam ideogramas, ou seja, os caracteres são unidos e dispostos de tal maneira que cada palavra compõe um desenho gráfico. Além disso, essas figuras (ideogramas) tanto podem ser interpretadas (memorizadas) como também podem ser lidas como palavras.
No romance “Meninos ou Anjos?” o sistema foi apresentado como uma nova linguagem e uma forma avançada e revolucionária de comunicação visual que usa símbolos para a escrita, pois o autor conseguiu reunir 14 características significativas em um único sistema de escrita, tornando-o inigualável no planeta.
Considerado pelos personagens do romance como “O Alfabeto Ideal”, o sistema foi batizado de “ideAlpha”, que é a união de “ide” (ideograma) e “Alpha” (do latim “Alphabeto”).
Depois de lerem o livro “Meninos ou Anjos?” e conhecerem o código de comunicação entre os personagens, muitas pessoas tornaram-se fãs do ideAlphaâ. Esses fãs não só sugeriram, como também insistiram para que o autor produzisse um aplicativo igual ao usado no livro.
Foi assim que surgiu o Kharitasâ. Um APP criado para que os fãs pudessem se comunicar através de códigos secretos, como alguns personagens do romance.
Um aplicativo feito para que o ideAlphaâ se propague de forma rápida e divertida e cumpra seu objetivo, que é o de ser uma nova linguagem que revolucionará a forma gráfica e visual da escrita.
O alfabeto escrito de emojis em código
reduz até 70% do espaço de texto.